O problema moral com Franquelim Alves
Franquelim
Alves terá uma moral irrepreensível. O problema é que a escolha do
primeiro-ministro para secretário de Estado do Empreendedorismo,
Competitividade e Inovação levanta problemas de moral. Problemas sem
importância alguma, dirão... Não é assim.
O ruído à volta da
nomeação do economista levantou-se, em primeiro lugar, por ele ter sido
administrador da SLN/BPN, o local onde se concretizou um pacote de
fraudes que custa aos portugueses, até agora, três mil milhões de euros.
Isso foi omitido do seu currículo, apesar de Franquelim Alves ter feito
parte, em 2008, das sucessivas equipas lideradas por Oliveira e Costa
(que está a ser julgado), Abdool Vakil e Miguel Cadilhe.
Em
segundo lugar, em resposta a uma comissão de inquérito da Assembleia da
República, o doutor Franquelim declarou ter achado ser "prudente" não
informar o Banco de Portugal quando se apercebeu, no princípio de 2008,
da existência de uma montanha de imparidades e de atos irregulares no
banco para onde, em má hora, entrara.
Qual é o problema moral? É
de Franquelim Alves? Não, pois se aceitarmos não ter o homem
responsabilidade pelos crimes do BPN, temos de admitir o seu direito a
exercer os cargos que entender. Será caridosa esta tese, mas vamos
acolhê-la, até por piedade.
O problema de moral política neste
caso, incontornável, é de quem nomeia, de quem escolhe Franquelim para
um cargo público, ligado a decisões económicas, sabendo da "sombra" do
caso BPN.
O Compete é o Programa Operacional Factores de Competitividade que gere
os fundos comunitários do Quadro de Referência Nacional (QREN).
Franquelim
Alves foi secretário de Estado Adjunto do Ministro da Economia (Carlos
Tavares) do XV Governo Constitucional, liderado por Durão Barroso. Mais tarde este na SLN como administrador da área não-financeira, de onde se demitiu em 2008.
Franquelim
Alves, que até agora era administrador da GIL Capital Solutions,
esteve, no passado, no IGCP. No entanto, antes de cargos públicos,
esteve na Jerónimo Martins e foi um dos braços direitos do coronel Luís Silva, que foi dono da Lusomundo.
Bloco de Esquerda exige explicações urgentes sobre nomeação de Franquelim Alves
O Bloco de Esquerda está "escandalizado" com a
nomeação do ex-administrador da SLN/BPN e requereu, com caráter de
urgência, a presença do ministro Álvaro Santos Pereira na Comissão de
Economia e Obras Públicas para prestar esclarecimentos.
O Bloco de Esquerda "está escandalizado, tal como todo o país, com a
nomeação de Franquelim Alves, ex-administrador do Grupo SLN, para o
lugar de Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e
Inovação”, lê-se no requerimento entregue hoje ao Presidente da Comissão
de Economia e Obras Públicas.
Para o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda “é essencial que o
Ministro da Economia e do Emprego preste esclarecimentos ao Parlamento e
ao País sobre a escolha efetuada”.
Em declarações à comunicação social, o Ministro da Economia e do
Emprego, Álvaro Santos Pereira, admitiu ter sido o responsável pela
nomeação de Franquelim Alves para o cargo de secretário de Estado. “A
responsabilidade é obviamente minha, que proponho a nomeação deste e de
outros secretários de Estado”, disse, adiantando ainda que “o Dr.
Franquelim Alves foi convidado exatamente pelo seu percurso
profissional”.
O Bloco relembra que “o atual governante assumiu o lugar na SLN em
2007, partilhando um lugar no conselho de administração ao lado de
Oliveira e Costa, sendo responsável pela área não-financeira da SLN,
onde era responsável pelos investimentos em setores como o imobiliário, a
saúde, o turismo e a indústria transformadora, entre outros”.
O atual Secretário de Estado depôs na Comissão Parlamentar de
Inquérito ao BPN, onde tentou explicar aos deputados porque aprovara as
contas da SLN de 2007, admitindo mesmo que nessa altura já todos
percebiam o que se estava a passar com o Banco Insular de Cabo Verde,
por onde passava uma parte importante dos prejuízos ocultos da gestão de
Oliveira e Costa.
"Não aprovar seria um colapso completo da própria situação",
confessou então. Teve conhecimento de irregularidades que devia ter
comunicado às autoridades competentes, mas não o fez. “Eu julgo que
acima de tudo ouve uma atitude de prudência no momento em que havia uma
certeza inequívoca de que havia a ocorrência de casos graves”, disse no
Parlamento.
Franquelim
Alves terá uma moral irrepreensível. O problema é que a escolha do
primeiro-ministro para secretário de Estado do Empreendedorismo,
Competitividade e Inovação levanta problemas de moral. Problemas sem
importância alguma, dirão... Não é assim.
O ruído à volta da
nomeação do economista levantou-se, em primeiro lugar, por ele ter sido
administrador da SLN/BPN, o local onde se concretizou um pacote de
fraudes que custa aos portugueses, até agora, três mil milhões de euros.
Isso foi omitido do seu currículo, apesar de Franquelim Alves ter feito
parte, em 2008, das sucessivas equipas lideradas por Oliveira e Costa
(que está a ser julgado), Abdool Vakil e Miguel Cadilhe.
Em
segundo lugar, em resposta a uma comissão de inquérito da Assembleia da
República, o doutor Franquelim declarou ter achado ser "prudente" não
informar o Banco de Portugal quando se apercebeu, no princípio de 2008,
da existência de uma montanha de imparidades e de atos irregulares no
banco para onde, em má hora, entrara.
Qual é o problema moral? É
de Franquelim Alves? Não, pois se aceitarmos não ter o homem
responsabilidade pelos crimes do BPN, temos de admitir o seu direito a
exercer os cargos que entender. Será caridosa esta tese, mas vamos
acolhê-la, até por piedade.
O problema de moral política neste
caso, incontornável, é de quem nomeia, de quem escolhe Franquelim para
um cargo público, ligado a decisões económicas, sabendo da "sombra" do
caso BPN.
O Compete é o Programa Operacional Factores de Competitividade que gere
os fundos comunitários do Quadro de Referência Nacional (QREN).
Franquelim
Alves foi secretário de Estado Adjunto do Ministro da Economia (Carlos
Tavares) do XV Governo Constitucional, liderado por Durão Barroso. Mais tarde este na SLN como administrador da área não-financeira, de onde se demitiu em 2008.
Franquelim
Alves, que até agora era administrador da GIL Capital Solutions,
esteve, no passado, no IGCP. No entanto, antes de cargos públicos,
esteve na Jerónimo Martins e foi um dos braços direitos do coronel Luís Silva, que foi dono da Lusomundo.
Bloco de Esquerda exige explicações urgentes sobre nomeação de Franquelim Alves
O Bloco de Esquerda está "escandalizado" com a
nomeação do ex-administrador da SLN/BPN e requereu, com caráter de
urgência, a presença do ministro Álvaro Santos Pereira na Comissão de
Economia e Obras Públicas para prestar esclarecimentos.
O Bloco de Esquerda "está escandalizado, tal como todo o país, com a
nomeação de Franquelim Alves, ex-administrador do Grupo SLN, para o
lugar de Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e
Inovação”, lê-se no requerimento entregue hoje ao Presidente da Comissão
de Economia e Obras Públicas.
Para o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda “é essencial que o
Ministro da Economia e do Emprego preste esclarecimentos ao Parlamento e
ao País sobre a escolha efetuada”.
Em declarações à comunicação social, o Ministro da Economia e do
Emprego, Álvaro Santos Pereira, admitiu ter sido o responsável pela
nomeação de Franquelim Alves para o cargo de secretário de Estado. “A
responsabilidade é obviamente minha, que proponho a nomeação deste e de
outros secretários de Estado”, disse, adiantando ainda que “o Dr.
Franquelim Alves foi convidado exatamente pelo seu percurso
profissional”.
O Bloco relembra que “o atual governante assumiu o lugar na SLN em
2007, partilhando um lugar no conselho de administração ao lado de
Oliveira e Costa, sendo responsável pela área não-financeira da SLN,
onde era responsável pelos investimentos em setores como o imobiliário, a
saúde, o turismo e a indústria transformadora, entre outros”.
O atual Secretário de Estado depôs na Comissão Parlamentar de
Inquérito ao BPN, onde tentou explicar aos deputados porque aprovara as
contas da SLN de 2007, admitindo mesmo que nessa altura já todos
percebiam o que se estava a passar com o Banco Insular de Cabo Verde,
por onde passava uma parte importante dos prejuízos ocultos da gestão de
Oliveira e Costa.
"Não aprovar seria um colapso completo da própria situação",
confessou então. Teve conhecimento de irregularidades que devia ter
comunicado às autoridades competentes, mas não o fez. “Eu julgo que
acima de tudo ouve uma atitude de prudência no momento em que havia uma
certeza inequívoca de que havia a ocorrência de casos graves”, disse no
Parlamento.
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