Carnaval 2013 – Ao som de música brasileira, carnaval português satiriza a política
Os portugueses estão aproveitando o carnaval para criticar o governo e
a condução da política econômica do país. Em Torres Vedras – cidade que
tem o principal carnaval lusitano, distante cerca de 50 quilômetros de
Lisboa – pessoas fantasiadas, carros alegóricos e esculturas expressavam
mensagens contra os principais dirigentes e a recessão que atinge
Portugal (hoje com mais de 16% de taxa de desemprego).
Além dos políticos, são comuns personagens das novelas e programas de
TV (havia passistas vestidas como a boneca Emília, do Sítio do Pica-Pau
Amarelo). Além disso, a música brasileira (samba, axé e até sertanejo)
era hegemônica nos alto-falantes do centro da cidade e nas bandas dos
corsos que desfilavam, algumas até com gaita de fole.
Entre as mais tocadas, estão sucessos brasileiros antigos e novos,
como Mamãe Eu Quero, Ilariê e Ai Se Eu Te Pego, além de músicas baianas
cantadas por Daniela Mercury, Margareth Menezes e Ivete Sangalo.
“A lógica é tocar qualquer música desde que seja quente, dançável e
latina. Dentre as músicas com essas características, a que aparece mais é
a brasileira”, disse António Esteveira, administrador da Promotores, a
empresa municipal responsável pela organização do carnaval.
Poucos políticos foram poupados: um grande boneco de plástico mostra o
presidente Aníbal Cavaco Silva como pedinte de rua; um passista desfila
com carrinho de lixo “não reciclável” com imagens dos ministros das
Finanças (Vitor Gaspar) e dos Negócios Estrangeiros (Paulo Portas).
Outro carro alegórico transita com bonecos do ex-primeiro-ministro
José Sócrates (hoje na oposição) e do atual ministro dos Assuntos
Parlamentares, Miguel Relvas, portando diplomas nas mãos após saírem de
uma “maravilhosa máquina de reciclagem” – alusão à supostas fraudes nos
cursos que fizeram na universidade.
Até uma chanceler Ângela Merkel em trajes sumários circulou com pose
sádica montada em um dragão – a Alemanha é vista pelos portugueses como a
principal avalista na União Europeia da política de ajustamento
econômico que cortou gastos com a seguridade social e a saúde (redução
de pensões e do seguro-desemprego), e elevou o pagamento dos usuários do
sistema nacional de saúde pública pelos serviços prestados.
“O tom crítico é constante. Nós nunca deixamos de fazer essa crítica.
Todos os pormenores que acontecem na vida social e política do país são
passíveis de serem criticados no carnaval”, explica António Esteveira.
Segundo ele, o carnaval da cidade nasceu com o objetivo de fazer
sátira política. “O carnaval se implanta no início da República [1910]
por causa de uma elite torrense que tinha gosto em ridicularizar a Casa
Real”, salienta Esteveira.
Além da forte crítica aos políticos, chama atenção no carnaval de
Torres Vedras a quantidade de matrafonas (homens vestidos de mulheres)
circulando pelas ruas. Conforme Esteveira, a atitude tem raiz histórica:
como a presença das mulheres não era tolerada na transgressão típica do
carnaval, para se formar casais na festa, era necessário juntar dois
homens. “Esses iam aos baús das tias das avós, das primas, para ver as
roupas já usadas, rotas e tal e vestiam-se com aquilo”, explicou.
Neste ano, um grupo de matrafonas desfilava em frente ao carro
Bataclã do Oeste – referência ao bordel do romance Gabriela Cravo e
Canela, de Jorge Amado, que recentemente foi retransmitida por uma
emissora de TV portuguesa.
São esperadas 350 mil pessoas no carnaval de Torres Vedras até
terça-feira. Por causa da crise, a cidade faz o carnaval com o orçamento
mais baixo nos últimos quatro anos (cerca de R$ 950 mil).
Além de Torres Vedras, há carnaval nas cidades de Loulé (que
reivindica ser o mais antigo), em Loures, Sines, Mealhada, Figueira e na
Ilha da Madeira (alguns com desfile de escola de samba). Em Lisboa, na
sexta-feira da semana passada (8), alguns ativistas fantasiados para o
carnaval foram à porta do escritório do Fundo Monetário Internacional
reclamar dos cortes orçamentários das políticas sociais.
De acordo com o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, o
carnaval do Brasil tem entre as suas principais origens o entrudo
português, brincado na Ilha da Madeira, que precedia a quaresma.
O Carnaval de Torres é um evento que está presente na vida dos
torrienses. Faz parte das suas vidas e, sendo a principal imagem de
projecção do concelho de Torres Vedras no país e no estrangeiro, é um
forte motivo de orgulho para todos.
CARNAVAL TORRES 2013
TEMA: RECICLAGEM
TEMA: RECICLAGEM
Carnaval em Portugal 2013
Voos baratos para Portugal
As raízes do Carnaval
O Carnaval em Portugal possui uma forte tradição, que evoluiu durante seus séculos de existência e continua levando multidões para as ruas. Seus costumes foram exportados às colônias portuguesas, especialmente ao Brasil, por volta de 1723. Essa foi a origem do Carnaval Brasileiro. Saiba mais sobre a história do Carnaval.
Hoje, a festa nos dos países é bastante diferente. Portugal segue
apostando pelas marchas de carnavais e tenta preservar ao máximo sua
identidade cultural, com blocos, caricaturas de personagens políticos e bonecos gigantes.
Uma grande festa em todo o país!
Um dos carnavais mais famoso de Portugal é o de Torres Vedras, conhecido como o mais português de todos, por conservar suas tradições sem copiar outros países. O de Alcobaça é o mais longo: dura 5 dias, não três, como os demais. Lá, o costume é que todos saiam de branco. Na Ilha da Madeira, os foliões se vestem com muitas cores, enquanto em Ovar, os carros alegóricos são os reis da festa.
Calendário Carnaval:
Carnaval 2013: 12 de fevereiro
Carnaval 2014: 04 de março
Carnaval 2015: 17 de fevereiro
Carnaval 2016: 09 de fevereiro
Carnaval 2017: 28 de fevereiro
Carnaval 2018: 13 de fevereiro
Carnaval 2014: 04 de março
Carnaval 2015: 17 de fevereiro
Carnaval 2016: 09 de fevereiro
Carnaval 2017: 28 de fevereiro
Carnaval 2018: 13 de fevereiro
últimas noticias:
Carnaval com frio, chuva e neve
Não haverá feriado, mas algumas autarquias deram tolerância de ponto para terça-feira
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O domingo de Carnaval deve ter chuva, queda de neve, vento e frio devido
a uma superfície frontal fria. Para terça-feira haverá melhorias, mas estão
previstos aguaceiros, segundo a previsão do Instituto Português do Mar e
da Atmosfera (IPMA).
As previsões para sexta-feira e
sábado indicam céu em geral pouco nublado, vento moderado a forte no
litoral oeste e nas terras altas, assim como um acentuado arrefecimento
noturno e formação de geada nas regiões do Interior.
Com a aproximação e a passagem de uma superfície frontal fria, as condições do estado do tempo devem agravar-se a partir de domingo. Segundo o comunicado, haverá chuva, queda de neve, vento e continuação de valores baixos da temperatura. No domingo, os períodos de chuva devem começar no Minho e Douro Litoral, estendendo-se gradualmente às restantes regiões e passando a regime de aguaceiros a partir do final do dia. O IPMA indica ainda que se registará queda de neve acima dos 1.200/1.400 metros nas regiões Norte e Centro, descendo a cota para os 400/600 metros para o final do dia e estendendo-se à Serra de São Mamede na segunda-feira. |
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