O presidente do BPI diz que não tem que pedir desculpas e não aceita lições de "sensibilidade social".
O presidente do
BPI, Fernando Ulrich, foi hoje questionado, em sede de comissão
parlamentar, pelo deputado João Galamba do PS que considerou a suas
declarações sobre os sem-abrigo "uma gaffe à Maria Antonieta", de "mau
gosto" e grande "insensibilidade", clamando por um "pedido de desculpa a
quem insultou". "Não recebo lições de sensibilidade social", respondeu
Ulrich.
O banqueiro, presente no Parlamento para explicar a ajuda do Estado a bancos como o BPI, mas também CGD ou Banif, no valor de três mil milhões de euros, repetiu que "o nível de sacrifícios ou austeridade depende do desempenho da economia" .
O banqueiro, presente no Parlamento para explicar a ajuda do Estado a bancos como o BPI, mas também CGD ou Banif, no valor de três mil milhões de euros, repetiu que "o nível de sacrifícios ou austeridade depende do desempenho da economia" .
"O que eu já
disse sobre essa matéria é que o nível de sacrifícios que uma sociedade
pode estar sujeita depende do desempenho da sua economia e no estado em
que Portugal se deixou colocar isso seria inevitável", disse Ulrich.
E acrescentou:
"Ao dizer que não podemos suportar mais sacrifícios isso não quer dizer
que não venha mais austeridade. A economia não funciona assim. É obvio
que ninguém gosta de sacrifícios sejam eles quais forem".
Sobre a
referência aos sem-abrigo, o presidente do BPI reitera que não quis
ofender ninguém, pelo contrário, sublinhando que tem o maior respeito
pelas pessoas que passam por uma situação tão difícil.
Foi um "sinal de respeito" pelos sem-abrigo
"Não sei porque
alguém se choca, quando falei dos sem-abrigo. Não é uma falta de
respeito, pelo contrário, na minha cabeça era um sinal de respeito pelas
pessoas que já viveram nessa situação tão dramática."
E respondendo à
segunda questão de João Galamba, concordou que o crescimento da
economia é a única forma de evitar estas situações, por "aumentar a
nossa capacidade negocial com os credores".
Voltando às
controversas declarações: "Não recebo lições sobre sensibilidade social.
Como não tive intenção de ofender ninguém, pelo contrário. A minha
intenção foi mostrar respeito pelo enorme sofrimento desses seres
humanos".
"Aquela
situação eu também posso vir a passar ou a minha família. Não me revejo
no que disse o senhor deputado e portanto não tenho que pedir desculpa",
rematou.
Sobre as
implicações das regras Basileia III, Fernando Ulrich defendeu que estas
reforçam a convicção de que seria apropriado que a autoridade bancária
europeia atualizásse os seus critérios.
"Fazia todo o sentido que os valores fossem atualizados para os atuais valores do mercado", defendeu.
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