terça-feira, 7 de maio de 2013

CAFÉ-RESTAURANTE SANTA CRUZ - Café Santa Cruz festeja 90 anos determinado a vencer nova crise

 
A inauguração do luxuoso Café-Restaurante de Santa Cruz ocorre a 8 de Maio de 1923 e é notícia em todos os periódicos da altura. Esta data foi escolhida uma vez o Café se localiza na Praça 8 de Maio.
O edifício, construído de raiz em cerca de 1530, para servir de igreja paroquial, conheceu outras funções após a sua dessacralização: um armazém de ferragens, uma esquadra de polícia, armazém de canalizações, casa funerária, estação de bombeiros...
Após muita e demorada controvérsia acerca da instalação de um café restaurante de estilo manuelino, junto da Igreja de Santa Cruz, tudo se resolve com a alteração do projecto fachada da autoria do arquitecto Jaime Inácio dos Santos.
 

A Igreja Paroquial de São João de Santa Cruz

A passagem de João III de Portugal por Coimbra em 1527, a reforma do Mosteiro de Santa Cruz e a instalação da Universidade de Coimbra alteraram profundamente a feição da cidade.
Para a direção do Mosteiro de Santa Cruz foi nomeado o reformador frei Brás de Braga, que partira em 1517 para estudar em Paris, tendo regressado a Portugal em 1525 para ocupar o cargo de Prior do Mosteiro da serra de Sintra. Entre outras, a missão de Frei Brás em Coimbra passava pela reestruturação das dependências conventuais, modernizando e construindo edifícios.
Extinto o pequeno Convento de São João das Donas, e restaurada a Igreja de Santa Cruz à dignidade do panteão dos primeiros monarcas, seria de toda a conveniência reservar esta para o uso quotidiano e exclusivo dos frades crúzios. Para esse fim, decidiu-se erguer de raiz uma nova igreja que servisse a paróquia de São João da Cruz. Esta foi principiada por Frei Brás de Braga por volta de 1530, com projeto do arquitecto Diogo de Castilho, ficando conhecida como Igreja de São João de Santa Cruz.
Com a Extinção das ordens religiosas masculinas (1834) a sede da paróquia foi transferida para a antiga igreja monástica. Consequentemente, a Igreja de São João de Santa Cruz conheceu um período de abandono, agravado pelo processo de regularização do traçado das ruas da cidade, com a subida da cota do pavimento exterior frente à igreja.

O Café-Restaurante Santa Cruz

Após a sua dessacralização, o edifício conheceu diversas funções, sendo utilizado como armazém de ferragens, esquadra de polícia, armazém de canalizações, estação de bombeiros e mesmo como casa funerária.
Classificado como Monumento Nacional desde Outubro de 1921, no início da década de 1920 o imóvel foi adaptado às funções de café-restaurante, por iniciativa dos empresários Adriano Ferreira da Cunha, Adriano Viegas da Cunha Lucas e Mário Pais. Com uma nova fachada em estilo neo-manuelino, o projeto foi assinado pelo arquitecto Jaime Inácio dos Santos. A inauguração do Café Santa Cruz ocorreu a 8 de Maio de 1923.
Em 2002 teve lugar uma renovação do espaço, com projeto dos arquitetos Luísa Marques e Miguel Pedreiro. A intervenção procurou clarificar e potenciar a utilização deste espaço, de qualidades arquitectónicas invulgares, como pólo cultural privilegiado da cidade de Coimbra.

Características

A fachada do primitivo templo seria muito singela, com apenas um portal com três pequenas aberturas na parte superior. Aquando da reforma de 1923, esta foi bastante alterada e, após acesa polémica, ficou com o atual aspecto revivalista, abrilhantado por um conjunto de vitrais. O interior, agora revestido por espaldares de madeira, também data dos inícios do século XX.
Internamente a construção é abobadada, dividida hoje em três tramos (a primitiva igreja apresentava apenas dois). O arco cruzeiro marca a divisória para aquilo que teria sido outrora a capela-mor, também ela abobadada em forma estrelada. A iconografia utilizada, e ainda hoje visível, é variada: flor de lótus, o cordeiro, o sol, a lua, folhas de acanto, entre outras tipicamente cristãs.

Mérito empresarial para Café Santa Cruz

Café Santa Cruz DR
A câmara de Coimbra aprovou ontem a atribuição de medalha de mérito empresarial – grau ouro ao Café Santa Cruz.
Segundo a proposta, subscrita pela vice-presidente Maria José Azevedo Santos, é dito que aquele café é “um espaço emblemático da cidade”, tendo os seus responsáveis “sabido gerir a sua atividade comercial com uma postura pró-ativa e revelando dinamismo e criatividade na sua relação com o público-cliente”.
O café Santa Cruz abriu ao público em 1923, após adaptação de uma antiga igreja paroquial, na Baixa da cidade, contígua à igreja e ao mosteiro que acolheram os frades crúzios até 1834.
«Numa época de crise, algumas pessoas criaram aqui um café-restaurante que seria uma referência nacional», afirma à agência Lusa Vítor Marques, um dos gerentes.
 

Café Santa Cruz festeja 90 anos determinado a vencer nova crise

Concebido como café-restaurante no conturbado rescaldo da I Guerra Mundial, o Santa Cruz de Coimbra assinala 90 anos, na quarta-feira, com os atuais donos determinados em contrariar mais uma crise económica.

Os 90 anos do Café Santa Cruz estão a ser cuidadosamente preparados pela gerência deste espaço histórico. Vítor Marques pretende que as comemorações envolvam a cidade e a população e, nesse sentido, lança um apelo para que todos os que tenham fotos deste espaço as partilhem, para que integrem a exposição que será apresentada por ocasião do aniversário.
Corria o ano de 1923 quando o “luxuoso café” se apresentou ao público, mais precisamente no dia 8 de maio, na mesma data que dá nome à praça onde se encontra localizado. Noventa anos depois, são muitas as mudanças verificadas na cidade. Contudo, o majestoso edifício mantém toda a sua opulência, atraindo a população e os muitos turistas que visitam Coimbra. O Café Santa Cruz continua a ser uma referência e, neste momento festivo, a gerência pretende abri-lo ainda mais à cidade.
Para assinalar estes 90 anos, a gerência está a preparar um programa abrangente que se irá estender por uma semana, estando marcados os principais eventos para o dia 7, 8 (dia do aniversário) e 11 de maio.
A inauguração da exposição “90 anos, 90 fotos” é uma das iniciativas que vai marcar esta efeméride. Vítor Marques lançou um apelo para que todas as pessoas que tenham fotos antigas do café as partilhem, de forma a que possam integrar a exposição que a gerência irá apresentar nessa altura.
“Para que este projeto se torne realidade, e porque há muitas imagens dispersas e decerto inéditas, gostaríamos de contar com a preciosa colaboração de todos os clientes e amigos neste desafio, fazendo-nos chegar todos os registos fotográficos que possam ter sobre o café. O tempo é curto, muito curto, por isso pedimos a vossa rápida e preciosa colaboração”, apela a gerência do Santa Cruz.
As fotografias deverão ser remetidas para o e-mail geral@cafesantacruz.com ou partilhadas na página de FacebookCafé Santa Cruz
Neste momento, estão já reunidas 20 fotografias, imagens diversas, várias a preto e branco, que testemunham várias fases do café e do edifício onde está instalado. Algumas delas foram tiradas ainda nos inícios do século XX e recordam outras vivências da cidade, levando o público a recuar ou a imaginar a Coimbra dos tempos dos carros de bois e das charretes.
 Programação irá reforçar a ligação do café à cidade  
Mais do que reunir fotografias do café, Vítor Marques pretende encontrar imagens das vivências de Coimbra e da sua Baixa, demonstrando que o Café Santa Cruz é parte integrante deste espaço e que as suas histórias se confundem.
“Não queremos propriamente só fotografias do café. Queremos reviver momentos e estabelecer uma grande interação com o público”, realça. A intenção é apresentar fotografias diferentes das que se encontram facilmente na internet e nos postais da cidade. A gerência do Santa Cruz quer encontrar “fotos com histórias”, com “pessoas dentro”. Quer, no fundo, reunir “fotos que nos tragam boas recordações” e que venham enriquecer o café e a própria cidade.
Com este “recordatório” fotográfico, o Café Santa Cruz pretende demonstrar também as várias mudanças que foi sofrendo ao longo destes 90 anos. Vítor Marques lembra que o café “está sempre em mudança”, apto a adaptar-se e a responder às exigências que a sociedade foi impondo e à própria evolução da sociedade.
Esta exposição será apenas um dos pontos altos das comemorações. Apesar de ainda não adiantar pormenores, Vítor Marques explica que está tudo planeado e que estes 90 anos ficarão marcados por “três grandes momentos” distintos que irão “reforçar a ligação à cidade e mostrar o que tem sido feito nos últimos tempos”. Este programa servirá também, como sublinha, para “projetar mais o café a nível nacional” e para “lançar um novo desafio para os próximos dez anos”.
“Para nós, o importante é relembrar às pessoas tudo aquilo que o café fez nos últimos 90 anos, o que é que faz no presente e o que espera fazer no futuro. Queremos relembrar toda a sua história, ao mesmo tempo que projetamos o seu futuro”, sublinha.

 O Café Santa Cruz apresenta todo o seu esplendor com o cair da noite, as cores do seus vitrais, a cor da pedra, o seu mobiliário antigo fazem dele um dos símbolos da praça 8 de Maio e da cidade de Coimbra.

Local de tertúlias, encontros de amigos e antigos doutores e estudantes é hoje um dos poucos que resiste à mudança nesta cidade, a "Brasileira" , o " Café Internacional" outrora símbolos de várias gerações entre outros, não resistiram a esta vida "louca" que procuramos inverter.

Aqui, se podem ver exposições de pintura, fotografia entre outras, são feitos debates sobre a cidade seu costumes e suas gentes, ainda se podem ouvir as tunas e fadistas contando o que é mais puro, o fado de Coimbra. Entre a Igreja de Santa Cruz (Panteão Nacional), o Café Santa Cruz e a Praça 8 de Maio é assim que mostro um dos local de eleição para quem visita a cidade de Coimbra.Festa na Praça 8 de Maio (Queima das Fitas) -
Entre o ler o jornal, beber um café e comer um bolo, pode pedir para engraxar os sapatos, fazendo deste modo relembrar e perdurar uma profissão (engraxador) em risco de acabar.



CAFÉ-RESTAURANTE SANTA CRUZ
 
Fica situado na Praça 8 de Maio, em Coimbra, ao lado da Igreja com o mesmo nome. É um local mítico da cidade, muito bonito e onde se pode saborear o bom café, conversar em boa companhia e observar a beleza que compõe este belíssimo edifício. Na sua frontaria pode-se ver artística composição de vitrais.
 

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