quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

História da Dança - parte 4




Na construção histórica do esporte e da Educação Física, a dança ocupa um lugar central, pois dela se origina a arte do movimento. E esta manifestação artística acompanha a vida humana na Terra desde seus primórdios. Por esta razão, Pierre de Coubertin, ao restaurar os Jogos Olímpicos a partir de 1896, procurou sempre prestigiar a dança e desde a década de 1920 ela tem sido parte fundamental dos Jogos Olímpicos de Inverno, esperando-se que seja incluída, em algumas de suas versões, nos Jogos de Verão a partir de 2012. Em termos de Educação Física, nas décadas de 1920 – 1930, na Europa, os grandes nomes da dança foram também os renovadores dos métodos ginásticos. Entre estes, cita-se Rudolfo Laban que coreografou a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Berlin, em 1936. Já nas últimas Olimpíadas de Sydney, culminando em 2000, a dança constituiu a base do programa cultural do evento. Em resumo, a dança é um fenômeno originário na cultura de todos os povos, que se manifesta em outras atividades corporais entre as quais incluemse os esportes e a Educação Física, quer visando-se ao lazer, à saúde, à formação educacional, ou a todos estes em conjunto.



Década de 1920: No Brasil, a vertente da dança ligada à Educação Física surge neste período, por agregação de movimentos ginásticos às suas bases elementares, constituindo práticas ofertadas pelas então denominadas “academias”, geralmente conduzidas por bailarinas vindas do exterior. Nas décadas seguintes, tal procedimento híbrido incorporou-se à formação de professores de Educação Física e de suas conseqüentes práticas docentes. Um marco pioneiro desta vertente ocorreu em 1925, ao serem oferecidas lições de balé clássico em conjunto com dança moderna, sapateado, ginástica rítmica e ginástica acrobática. O local em foco foi o Rio de Janeiro – RJ, capital e centro cultural do país, à época. A direção do empreendimento foi de Naruna Corder, brasileira de nascimento e egressa do Royal Ballet de Londres.


Década de 1940: Inclusão da dança por Helenita Pabst Sá Earp na formação de professores de Educação Física, na antiga Escola Nacional de Educação Física – Universidade do Brasil, na Urca, Rio de Janeiro – RJ (hoje UFRJ). Esta disciplina tornou-se influente ao longo da década, gerando um núcleo que liderou a disseminação da dança em diferentes modalidades, pelas demais faculdades e escolas de Educação Física por todo o país nos anos subseqüentes. Posteriormente, a dança passou a fazer parte dos currículos das licenciaturas de Educação Física em abrangência nacional. Tal proposta pressupunha que os alunos, ao explorarem os elementos artísticos e científicos do movimento, relegariam a segundo plano o aspecto motor, desencadeando um processo que originaria novas propostas de movimentos corporais com possibilidades criativas, então nomeado de SUD – Sistema Universal de Dança.


Década de 1980: A partir da Resolução 03 de 1987 do então Conselho Federal de Educação, que reformulou a Licenciatura e o Bacharelado em Educação Física, inicia-se um processo progressivo de adaptação regional dos currículos desta formação profissional em nível superior. Nesta perspectiva, a dança foi favorecida por já ter uma tradição de meio século na licenciatura em Educação Física, como também pela maior possibilidade de optar por práticas de preferência local em comparação com as demais disciplinas. Já na esfera da aplicação da arte no processo educacional, o novo currículo confirmou a necessidade do profissional em Educação Física desenvolver competências em termos de dança em suas diferentes manifestações. Além disso, a dança em Educação Física ressurge na UFRJ como Dança Rítmica, na Universidade Federal de MG como Ritmo/Movimento e, na Universidade Gama Filho, como Dança Educacional.

Década de 1990: Em pesquisa de campo com uma amostra de 80 faculdades de Educação Física de todos as regiões do Brasil – representando cerca de metade do total existente no país em meados da década, e um quarto do total atual – verificou-se que a dança constituía a sétima disciplina na ordem de preferências daquelas Instituições de Ensino Superior - IES, entre 370 opções de disciplinas identificadas no levantamento (DaCosta, 1999). Além disso, a investigação constatou um ecletismo generalizado em todas as disciplinas em razão da variedade local de adaptações à Resolução 03/87 do Conselho Federal de Educação, que descentralizou o currículo de formação superior em Educação Física via autonomia das IES.
Neste período, também surgem evidências de que o método Dança- Educação Física vinha sendo fortalecido como proposta teórica relacionada ao trabalho corporal, voltada para a integração do indivíduo como um todo. Este método era comprometido com um trabalho educativo e formativo de base predominantemente preventiva, visando resgatar, no ser humano, um trabalho de conscientização corporal. E como tal, a sua versão mais geral, isto é, a Dança – Educação, tornara-se parte importante da formação do professor de dança stricto sensu. Neste contexto de sentido formativo e educacional, houve maior valorização de IES dedicadas ao ensino da dança como profissão de nível superior, coincidindo com a expansão da oferta de cursos em escala nacional.

 

Situação Atual: Nos primeiros anos da presente década, assistese à consolidação da Dança-Educação na ocupação do espaço social em posição privilegiada, numa tendência já reforçada na década anterior. Esta perspectiva educativa implica em proporcionar, além do desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo-social (numa perspectiva da cultura corporal), o que tem de mais peculiar: expressividade acompanhada do ritmo. Em termos de Educação Física, tal formulação trata da arte/modalidade/atividade como promotora de desenvolvimento e autonomia corporal. Parceiros desta idéia estão os Parâmetros Curriculares Nacionais-PCNs, documento este que classifica a dança como um dos conteúdos da Educação Física, possibilitando o desenvolvimento da cultura corporal na comunidade escolar. Nestas circunstâncias, o entendimento da dança na Educação Física hoje, pressupõe a variedade em suas modalidades de práticas, incluindo desde o ballet clássico às danças folclóricas.

O Reisado Dança popular que ocorre entre a véspera de natal e o dia seis de janeiro, Dia de Reis. Também chamada de folia de Reis, essa dança envolve cantores e músicos que vão até as casas para anunciar a chegada de um Messias. As pessoas que participam possuem diversos personagens e são acompanhados por instrumentos como o violão, a sanfona, o triângulo e a zabumba. Maracatu O surgimento do maracatu causa controvérsias; porém, acredita-se que ele surgiu por volta de 1700, trazido pelos portugueses ao Brasil. A dança possuía partes com coreografias e teatro e era acompanhada por músicos e dançarinos. Esses vestiam roupas que remetiam a realeza (porta-estandarte, rei, rainha, príncipes, duquesas e duques, etc.). Posteriormente, o maracatu passou a ser realizado durante o Carnaval. Além disso, a dança tem a participação de instrumentos como zabumba e ganzas. Pau-da-bandeira Dança realizada principalmente na região nordeste que acontece principalmente durante o dia de Santo Antônio. Um tronco é escolhido e carregado pelos homens da cidade. Como manda a tradição, as mulheres que desejam casar devem tocar esse tronco. Maneiro-Pau Dança com maior influência no estado do Ceará, Maneiro-Pau conta com dançarinos que realizam os passos em rodas e com pedaços de pau nas mãos. Esses pedaços são batidos no chão formando o ritmo da dança. Durante toda a coreografia, alguns participantes duelam enquanto outros batem no chão. Caninha Verde Dança portuguesa que foi inserida no país durante o Ciclo do Açúcar. Também foi praticada em colônias de pescadores, festa de casamento e cordões. Bumba meu Boi Um dos símbolos folclóricos do Brasil, o Bumba meu Boi mescla dança, música e teatro. Além disso, é praticado nas mais variadas regiões do país. Os personagens cantam e dançam para contar a história de um boi que morreu e ressuscitou após ter sua língua cortada para satisfazer os desejos de uma mulher grávida. Frevo O frevo, dança típica do estado do Pernambuco, surgiu por volta de 1910 e atualmente é uma das vertentes do Carnaval no Brasil. A música tocada durante a festa não possui letra e uma banda toca para embalar os foliões. Conta com diversos passos de danças com malabarismos, passos elaborados, rodopios e saltos. Além disso, o dançarino tem a possibilidade de improvisar à medida que a dança evolui. Fandango Essa dança chegou à região sul do Brasil por volta de 1750 e foi trazida por portugueses. Os dançarinos recebiam o nome de folgadores e folgadeiras dançavam em festas executando diversos passos. Atualmente, permanece preservado na região com passos, música e canto. Os instrumentos mais usados são as violas, a rabeca, o acordeão e o pandeiro. Os dançarinos vestem roupas típicas da região e rodam próximo ao seu par, mas sem se tocar.  Eles se movimentam para atrair a atenção do outro e os homens sapateiam de forma contínua. A dança contém traços de valsas e bailes e forte presença de sensualidade. Carimbó Enquanto os homens vestem camisas e calças lisas, as mulheres utilizam blusas com ombros à mostra e saias rodadas. Os casais ficam em fileiras e o homem se aproxima de seu par batendo palmas. Segue-se passos de volteio e as mulheres também jogam um lenço no chão para que seu parceiro possa pegar como forma de respeito.

Samba O samba chegou junto com os negros ao Brasil e primeiramente era dançado apenas nas senzalas pelos escravos. Os primeiros estados a difundirem esse ritmo foram o Rio de Janeiro, a Bahia e o Maranhão. A dança tinha sons de percussão e batidas com os pés. Já o samba de roda surgiu na África e também veio para o Brasil através dos escravos. O samba de roda é praticado em círculos e as pessoas têm a liberdade nos movimentos. Pode ser visto principalmente em estados como Rio de Janeiro e Bahia.
Dança Folclóricas As danças folclóricas são uma forma de desenvolver essa expressão artística com base em tradições e costumes de um povo. Elas podem ser executadas de várias formas com pares ou em grupos e a forma original de dançar e cantar permanece praticamente a mesma. Em diversos países, a dança folclórica é a expressão daquele povo. No Brasil, as danças folclóricas sofreram influências das tradições dos estados, dos povos africanos e europeus. Dessa forma, dependendo do estado, as danças podem ser mais influenciadas pelos africanos, indígenas ou europeus. Além disso, a Igreja Católica também ajudou no surgimento de personagens e contos da história brasileira. Uma das principais características das danças folclóricas do país são as músicas simples e os personagens chamativos.

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